Num almoço recente fui presenteado com um livro acerca de “servantleadership”. Independentemente do apreço pelo autor (e pelo almoço que este me ofereceu), o tema investigado pelo professor Milton de Sousa é muitíssimo relevante mas creio que ainda pouco disseminado.
A liderança foi, como nunca, posta à prova com as mudanças de paradigma impostas pela pandemia. Será que vai servir para emergir um novo tipo de líder? E com que prioridades? Assentes no medo ou na confiança?
O “líder servidor” está fundamentalmente, como o nome indica, ao serviço dos outros (a satisfação, o desenvolvimento e crescimento dos seus seguidores), e não centrada no próprio líder ou na organização.
Um “líder servidor” pode contribuir para uma melhor ética empresarial (através de uma liderança responsável e virtuosa), para um maior significado e propósito profissional (olhando o trabalho como algo mais do que um conjunto de tarefas orientadas para um resultado externo) e para uma maior adaptabilidade organizativa (ao promover uma participação efetiva, envolvente e cooperante).
E em que consiste esse tipo de liderança? Quais as atitudes que definem este tipo de líder? O autor considera oito:
. Empowerment, encorajando a tomada de decisão autónoma;
. Humildade, sendo modesto, reconhecendo as suas falhas e dando prioridade aos interesses dos outros;
. Accountability, assegurando que cada um é responsável pelos seus resultados;
. Stewardhsip, motivando as pessoas a agirem em função do interesse comum;
. Autenticidade, expressando, sem medo, o seu verdadeiro ser;
Perdão, sendo capaz de deixar para trás erros e diferenças;
. Coragem, através de comportamentos proativos que conduzam a abordagens inovadoras;
. Standingback, estando um passo atrás dos outros, mas providenciando suporte.
Fácil? Sem dúvida que não (o ego humano ainda é muito forte). Frequente? Não creio (aliás, incito que mencionem exemplos). Necessário? Talvez mais do que nunca (se queremos atingir um outro patamar de evolução pessoal e organizacional).